A arrecadação de royalties do petróleo deve sofrer uma nova queda em junho, segundo estimativa da Secretaria Municipal de Petróleo, Energia e Inovação. A projeção para Campos, feita pelo secretário Marcelo Neves, aponta redução de 10,99% para os royalties de Concessão e 9,15% para os royalties de Partilha em comparação ao mês de maio.
Na última quinta-feira (22), Campos recebeu R$ 45,8 milhões, um aumento de 12% em relação aos R$ 40,9 milhões de abril. Macaé registrou uma alta de 14,4%, chegando a R$ 80,2 milhões. Quissamã teve ree de R$ 11,5 milhões, 8% acima do mês anterior, enquanto São João da Barra alcançou R$ 18,1 milhões, com crescimento de 14,5%. Em São Francisco de Itabapoana, o crédito foi de R$ 4,3 milhões, 21,1% superior a abril. Os valores referem-se à produção registrada em março.
O resultado de maio foi um alívio temporário após a frustração nas receitas registrada nos dois meses anteriores. O ree de junho, baseado no desempenho de abril, deve sofrer uma nova queda.
O principal motivo para a queda esperada, segundo o secretário, é a combinação entre a queda na cotação do petróleo e a paralisação, em abril, da plataforma P-53, localizada no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos. A cotação do petróleo, que se mantinha acima dos US$ 70 até março, atingiu o patamar de US$ 60 no mês de abril, oscilando entre US$ 60 e US$ 66 no momento.
“A projeção é para Campos, mas quase todos [municípios produtores] devem ter uma queda relativa. Para os meses de julho em diante, caso persista a interdição da operação da plataforma e a cotação do Brent permaneça na casa dos 65 US$/bbl, estima-se que a arrecadação de royalties do município permaneça no mesmo patamar dos valores a receber em junho”, explicou.
Prudência e busca por alternativas
De acordo com o economista Ranulfo Vidigal, a perda de receita atinge principalmente os investimentos em infraestrutura, já que os municípios, em sua maioria, usam os royalties para custeio de obras. Vidigal aponta que a tendência é de redução no ritmo.
“Ao longo deste ano e no primeiro semestre do ano que vem, os municípios do Norte Fluminense devem enfrentar uma redução drástica de novos investimentos em infraestrutura e cortes no custeio da máquina pública”, diz.