Apesar do surgimento de um complicador com a estrutura do solo, o Departamento de Estradas e Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ) trabalha com previsão de entrega das obras de reestruturação da RJ-238 em Campos — conhecida como Estrada dos Ceramistas — para mês que vem, conforme o J3News apurou no local. Em matéria publicada em 11 de março, o órgão confirmou este prazo. No entanto, procurando novamente na semana ada, o DER não falou sobre data de conclusão.
A reportagem esteve na obra e verificou que há equipes trabalhando em dois focos diferentes. No sentido BPRv (Batalhão de Polícia Rodoviária), a atuação é voltada ao serviço de terraplanagem e reciclagem do piso – base existente do asfalto. Neste trecho, que faz ligação com a RJ-216, o trânsito funciona no sistema de pare e siga. O percurso recebe grande movimentação, em especial de caminhões em direção ao Rio de Janeiro e ao Porto do Açu.
A parte mais crítica das obras está concentrada na extensão da via em direção à Estrada do Carvão. A reportagem apurou no local que o serviço de sondagem do DER-RJ constatou que o solo está impróprio. O DER-RJ informou que técnicos do órgão estadual identificaram um trecho com solo mole e analisam a técnica que será usada na pavimentação do local, bem como os ajustes que deverão ser acrescidos ao projeto. Nesta parte, a estrada segue bloqueada.
Durante a visita às obras, a equipe do J3 apurou também que o trecho a por trabalhos de tratamento sobre o BGTC (base de brita graduada tratada com cimento). Como informou o DER-RJ anteriormente, o material requer um tempo de cura adequado para atingir a resistência à compressão projetada. Neste sentido, uma equipe também atua na impermeabilização do piso que ficará abaixo do asfalto após a reconstrução. Segundo o DER, trata-se de um processo necessário para a proteção da superfície do asfalto contra a água e a umidade, prolongando sua vida útil e evitando danos, como buracos e fissuras.
Situação se arrasta há anos
Em novembro de 2023, a Estrada dos Ceramistas foi interditada pelo DER-RJ para obras de sinalização, drenagem e recuperação do asfalto. A interdição aconteceu nove meses após a via ser liberada, depois de ficar bloqueada por conta de alagamentos. O bloqueio havia sido feito em dezembro de 2022. As obras, iniciadas em novembro de 2023, tinham previsão de entrega para março de 2024. No entanto, os trabalhos foram interrompidos um mês após o início. Em agosto de 2024, o DER-RJ confirmou o retorno do serviço no local.
Luiz Fernando Mendonça é motorista e conta que a pela Estrada dos Ceramistas todos os dias. Ele diz que não vê a hora da liberação definitiva do percurso. “Perco 40 minutos para ir e mais 40 para voltar, todos os dias, por conta deste transtorno na estrada. Está péssimo este cenário. Já ou da hora de concluírem as obras e da liberação definitiva ser feita. Hoje, quem precisa ar por aqui, tem a rotina de trabalho prejudicada”, relata.
Custo das obras
O DER-RJ declarou em dezembro do ano ado que as intervenções realizadas para melhorar as condições da rodovia incluem o reforço de toda a estrutura da pista, em uma extensão de 12 km, incluindo a sub-base, base e o revestimento asfáltico, além da drenagem e sinalização. O investimento é de R$ 57,9 milhões.
Firjan reforça importância da estrada
Em entrevista à reportagem, o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto Siqueira, destacou a Estrada dos Ceramistas como uma via de extrema relevância para o desenvolvimento econômico e industrial de Campos e região:
A manutenção em boas condições da RJ-238 é estratégica não apenas para o setor ceramista – que tem na Baixada Campista uma de suas mais importantes concentrações produtivas do Estado – como para toda a cadeia produtiva da região. Investimentos em conservação asfáltica, sinalização, segurança viária e drenagem são indispensáveis para garantir o tráfego seguro, reduzir custos logísticos, evitar acidentes e assegurar a competitividade da indústria local”, diz. E acrescenta:
“A rodovia desempenha um papel logístico fundamental, a rodovia é utilizada por trabalhadores, fornecedores, transportadoras e prestadores de serviços, sendo um eixo essencial para a fluidez das operações industriais e para a geração de empregos diretos e indiretos, conclui Francisco Roberto.